quinta-feira, 18 de outubro de 2007

E agora?

Cheguei esta manhã à escola do meu filho, com o meu rebento pela mão. De sorriso largo e coração aberto. Era uma manhã como todas as outras, em que atravesso a passadeira que me leva aos portões da escola, depois do meu marido, consolo incontornável e sem o qual me recuso a passar, nos deixar do lado oposto à escola.

Todas as manhã faço o mesmo trajecto, no intuito de poupar uns minutos. E assim fui, de manhã. Contente, contente e orgulhosa, porque o meu filho está na escola.

Mas hoje tive um rebate da verdade. A professora aguardava-me à porta. Queria falar comigo. Agarrou, de uma forma muito ternurenta, o meu filho. Cobriu-lhe os ombros com o seu braço. Por um segundo achei que me ia dar uma boa notícia. Que estava feliz pelo desenvolvimento dele, ou que ele a estava a surpreender pela positiva. Eu estava de sorriso estampado na cara.
Ela olhou-me, de uma forma meiga, como provavelmente olha para a filha dela quando esta está perante um problema e disse-me:
- Ele porta-se muito mal. É distraído e já magou, propositadamente, duas vezes uma colega. Espetou-lhe um lápis e até fez sangue.

Esta frase ainda me ressoa nos ouvidos. Juro que me senti a ficar branca. Vi nos olhos dela que percebeu a minha angustia.
Fiquei triste, de rasto.
Eu nunca fui uma aluna brilhante, sempre fui meia aluada, ainda hoje sou conhecida pelo meu mau feitio. Mas nunca, nunca, os meus pais foram chamados à atenção pela minha falta de compustura. Por ter sido desobediente, ou ter feito mal a alguém com esse intuito.
E isto deixa-me triste. Pergunto-me onde falhei. E assusta-me.

Estou terrivelmente assustada. Com o futuro....

Sem comentários: